01/06/2008

Apesar das boas críticas, Maratona de Cinema não leva prêmios no Intercom

Não faltaram elogios para o trabalho de pesquisa e para o evento pioneiro desenvolvidos na colônia Z-3, e defendidos por mim e pela acadêmica Aline Reinhardt no Intercom Sul 2008, realizado de 29 a 31 de maio na Unicentro, em Guarapuava/PR .

O projeto da Maratona de Cinema da Z-3 e a pesquisa de opinião que avaliou previamente a relação dos moradores da comunidade com o cinema - elaborados por nós duas e pelas colegas Karina Peres e Cíntia Arbeletche, todas bacharelandas em Jornalismo pela UCPel - disputaram prêmios em categorias dominadas pela área de Relações Pública. Aliás, não fosse pela nossa representação, os RP´s teriam sido absolutos nas duas modalidades em que concorremos.

Concorrendo com outros sete trabalhos, a pesquisa Relação dos Zetrezenses com o cinema
não superou o estudo sobre a Responsabilidade Social como atividade profissional de Relações Públicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vencedora da categoria.

O projeto da Maratona de Cinema da Z-3 foi apresentado na seqüência da pesquisa, já que por erro da própria organização do Intercom Sul havia sido incluído na categoria errada, mas oficialmente concorreu pela categoria Evento como único inscrito.

O trabalho planejado no segundo semestre de 2007 e executado em abril deste ano chamou a atenção e rendeu elogios por parte do público presente na apresentação, mas os resultados da iniciativa aparentemente não entusiasmaram a banca, que demonstrou desconhecimento a respeito do assunto tratado no projeto. "Uma das julgadoras perguntou por que tínhamos realizado um projeto voltado para o cinema e não para a dança, ou para a música, sendo que a baixa acessibilidade ao cinema, ao contrário do que acontece com esses outros tipos de artes já havia sido justificada anteriormente, quando dissemos que a intenção era proporcionar algo que a comunidade era carente, conforme constatamos com a nossa pesquisa", relatou Aline.

Admitindo não conhecer a maioria dos títulos que integraram a programação do evento apresentado, sendo que a maioria deles são marcos históricos do cinema nacional, a mesa ainda considerou "pouco" o público de mais de 610 pessoas presentes nos três dias de sessões realizadas.

Apesar das críticas, a premiação da Maratona de Cinema da Z-3 era mais do que esperada, visto que era o único evento concorrente. No entanto, para a frustração da torcida da UCPel, apenas no momento da premiação foi anunciado que havia outros trabalhos na disputa, que mudaram de categoria na última hora. O prêmio acabou ficando com a Universidade Federal de Santa Maria, pelo projeto Chuveiro é o Hall.

"O pior é que não ficamos sabendo nem para quem perdemos, já que este projeto não aparece nos anais do Congresso", lamenta Aline, que não tem certeza, sequer, se os projetos concorrentes foram todos avaliados pelo mesmo júri, já que foram apresentados junto a categorias distintas.

Mas, como "vão-se os louros", o prêmio no Intercom pode não ter ocorrido, mas os resultados práticos e acadêmicos da Maratona de Cinema já foram mais do que reconhecidos. Alguém duvida? http://cinez3.blogspot.com

26/05/2008

Sete Imagens estréia nesta quinta, no Sete - PROVA

Em cartaz nesta quinta-feira (29), no Theatro Sete de Abril o curta-metragem Moviola Imagens, uma produção intependente da Moviola Filmes.

A sessão marca a estréia do projeto Sete Imagens, da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), que passa a integrar o calendário permanente de atrações do Theatro, a exemplo dos já cativos do público pelotense Sete ao Entardecer e Cena Literária, e, assim como estes, tem entrada franca e mantém o tradicional horário dos happy hours culturais: começa às 18h30.

Até novembro, serão sete edições do projeto, com a exibição de um curta-metragem cada, sempre em uma quinta-feira de cada mês. Após a apreciação dos filmes, serão promovidos debates temáticos com convidados. O tema desta primeira sessão será o "cinema independente".


Projeto de retomada?

O edital, que já selecionou as produções contempladas, é restrito a produções locais, mas não excluiu nenhum tipo de formato audiovisual, sendo aceitos, até mesmo, vídeos gravados em suportes amadores e alternativos, como câmeras digitais e celulares. "Esse é o grande barato do projeto: qualquer pessoa pode participar, e criar, a partir do cotidiano da nossa cidade, alguma coisa interessante", diz o professor da Universidade Católica de Pelotas Michael Kerr, um dos integrantes da comissão que formatou o projeto, junto com representantes da Secult, do Theatro, do Cefet e do curso de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Além de ser, possivelmente, um grande impulso para a produção audiovisual local e um incentivo à formação, ou reestruturação, das platéias de cinema cada vez mais escassas diante do encolhimento das salas de exibição, a sessão extraordinária representa um nostálgico retrospecto aos tempos em que, mais que um teatro, o Sete de Abril era um dos principais "cinetheatros" do tradicional circuito de Pelotas, junto com os memoráveis Cine Capitólio, Apolo, Tabajara, Rei, Fragata, Avenida e Guarany. E lá se vão quase três décadas desde que o último bang-bang italiano entrou em cartaz, no tempo em que os pelotenses pagavam mil réis pela poltrona para assistir as sessões contínuas, que começavam pelos cinejornais, "das 15h em diante", como consta em anúncios da época.

A partir dessa história, o vídeo da produtora Moviola (do filme Katanga´s Bar) que será exibido nesta quinta faz um levantamento histórico dessa tradição cinematográfica, quase esquecida, de Pelotas, que ainda paira sob as sombras dos antigos casarões que um dia já foram movimentados templos da Sétima Arte. "Moviola Imagens é vídeo experimental que foi criado especialmente para o Sete Imagens, com uma abordagem poética sobre as cada vez mais raras salas de exibição em Pelotas", disse a diretora da produção e professora do curso de Cinema da UFPel, Cíntia Langie.


Links relacionados:
Sétima Arte de volta ao Sete de Abril

18/05/2008

Marketing de Guerrilha

Publicitários da agência Mazah Live Marketing, de Porto Alegre, revelam nesta segunda-feira, algumas estratégias bem-sucedidas de uma nova tendência no meio publicitário: O Marketing de Guerrilha. A palestra começa às 19h no auditório do Campus II da UCPel.
Na mira da publicidade moderna, os conceitos de dinamismo e criatividade são levados ao extremo para cercar a concorrência. Faz parte da tática também a utilização de mídias alternativas - mais econômicas e, principalmente, mais eficientes.
Quem preenche ou pretende desenvolver esses requisitos pode, além de assistir a palestra se candidatar a um estágio voluntário de um mês na Mazah. A seleção será feita através de um concurso, cujo briefing será anunciado na palestra, e o ganhador ainda terá seu case veiculado.




Intervenções nada convencionais

Para divulgar o projeto experimental, as organizadoras Priscila Krolow e Lorena Trápaga (do 7º semestre de Publicidade e Propaganda da UCPel) foram para a linha de frente munidas do que já aprenderam sobre o assunto, e atacaram por todos os lados, e claro, com toda a habilidade requerida pelo tema:
A operação envolveu diversas abordagens no Campus, que foram revelando, aos poucos, do que se tratava a campanha, ao mesmo tempo em que alimentava o interesse e a curiosidade do público-alvo.
Para "permitirem" a realização do projeto, os professores, por exemplo, foram persuadidos com trufas e bandeirinhas brancas, acompanhadas da mensagem: "O marketing é de guerrilha, mas a missão é de paz". Os alunos também tiveram várias surpresas nas salas de aula, ao se depararem com a presença inusitada de balões ou varais de pirulitos, que atraíam o foco para as intrigantes informações não conclusivas sobre o projeto.


Participe!

O quê: Palestra sobre "Marketing de Guerrilha", com publicitários da agência Mazah Live Marketing.
Quando: Segunda-feira, dia 19, às 19h
Onde: No auditório do Campus II da UCPel
Quanto: A participação na palestra é gratuita, mas para quem quiser certificado o custo é de R$ 5,00. Aqueles que participarem do concurso recebem certificado sem nenhum custo.

* O prazo para inscrições de cases no concurso vai até o dia 21.

Contato/Mais Informações:
priscilakrolow@hotmail.com


Saiba mais sobre Marketing de Guerrilha:
Na Wikipedia
No site da Mazah

15/05/2008

Heurísticas

Análise heurística do blog da Maratona de Cinema da Z-3

Esta análise usa como base as 10 heurísticas propostas por Cláudia Dias e na adaptação das 10 heurísticas de Nielsen proposta por Frederick van Amstel. Apesar de se tratar de um blog - que por ser blog, e ainda por cima "pré-fabricado" (fundamentado em um modelo de html), tem características de formato pouco flexíveis - quando aplicadas, as heurísticas puderam demonstrar alguns aspectos sobre sua funcionalidade.

Confira o que foi observado:

1. Sobre a visibilidade e o reconhecimento do estado ou contexto atual, e condução do usuário

Com a utilização do recurso de "adicionar html" foi possível criar campos na lateral esquerda do blog que levam objetivamente aos posts mais importantes. Assim, no topo da barra lateral dos links respondem diretamente à pergunta "O que é a Maratona" e também informa, de maneira bastante utilitária, a "programação".

Em qualquer estágio de navegação - exceto nas janelas de comentários, que são do tipo pop-out - o internauta tem a possibilidade de retorno à página inicial (última atualização do blog) clicando sobre o cabeçalho, que serve como link "home".

O mesmo cabeçalho, e o título de cada post, indicam permanentemente ao usuário sua localização, enquanto os hiperlinks - que aparecem em destaque, sugerem ao leitor as possibilidades de leituras paralelas, co-relacionadas com o conteúdo que ele está acessando no momento.

Na barra lateral encontram-se também links que levam aos sites dos apoiadores culturais, e outros ainda que conduzem a informações anexas à Maratona, como o site que disponibiliza os horários de ônibus para chegar a Z-3, a previsão do tempo (que foi especialmente importante nos dias do evento e serviu para encorajar visitantes pela não-previsão de chuva), o mapa da Z-3 e adjacências, e também os perfis apêndices da Maratona na Internet: Twitter, Orkut e Flickr.

Para situar o internauta, dentro das possibilidades do formato blog, no blogspot, foram criadas tags. As tags são palavras-chave. Cada post está relacionado com pelo menos uma tag, mas também pode ser classificado em mais de uma dessas sub-categorias do blog.

As tags foram a alternativa escolhida para potencializar a funcionabilidade do blog e ajudar o internauta a ter uma visão global de todos os conteúdos que podem ser encontrados neste endereço. Por isso, as palavras foram cuidadosamente escolhidas de forma a indicarem, da forma mais objetiva possível, os conteúdos aos quais se relacionam.


2. Sobre o projeto estético e minimalista

Esteticamente, o design do blog valoriza as referências da identidade visual do projeto, criada pela Agente - Agência de Publicidade da UCPel - reforçada pelos tipos e cores, além da própria ilustração no cabeçalho.

O formato se aproveita do contraste entre o branco e o vermelho para manter a página bastante clara, e com pouco "peso".

A maior faixa vertical, a da direita, é dedicada aos conteúdos, enquanto a mais estreita, situada à esquerda, destina-se à navegação e a informações objetivas (links estruturais).

Raros textos das postagens ultrapassam a medida de uma rolagem, e os conteúdos, apesar da disposição vertical e contínua - característica dos blogs - são agrupados conforme temas através das tags, como já foi explicado. As postagens são organizadas conforme título e subtítulos, e seus elementos diagramados conforme uma disposição "escaneável".

A publicidade dos apoiadores culturais possui espaço nitidamente delimitado.


3 e 4. Quanto ao controle do usuário e quanto à flexibilidade e eficiência de uso

Por se tratar de um blog, o espaço virtual da Maratona de Cinema possui uma navegação bastante simples, facilitada pela forma como ele foi adequado às necessidades impostas pelo tipo de conteúdo que ele abrange.


5. Prevenção de erros

Todos os recursos adicionais incluídos ao modelo original utilizado como base na estruturação do blog foram testados, especialmente links externos. Atualmente, estão desabilitados os recursos de arquivos para download direto, pois os mesmos "expiraram" do servidor. No entanto, o usuário ainda tem a possibilidade de baixar os arquivos através do RapidShare.


6. Consistência

Os conteúdos presentes no blog, apesar de diversificados, possuem visivelmente certos critérios de padronização. Com relação à interface, não se aplica uma análise mais aprofundada por se tratar de um blog, formatado verticalmente, e não com páginas e sub-páginas. O formato linear, no entanto, apenas condiciona a navegação, reduzindo, de certa forma, suas possibilidades, mas não impede uma leitura multilinear.


7. Compatibilidade com o contexto

Identificado com a cultura, com a ação comunitária e com a Sétima Arte, o blog traz conteúdos compatíveis e de forma acessível a seu público. O formato e a identidade visual de todo o projeto são facilmente associados a essas idéias. Além disso, a linguagem empregada é simples, eventualmente técnica e teórica (quando isto se faz necessário, por se tratar de um projeto acadêmico), mas ainda assim de fácil entendimento, até pela colocação oportuna de hiperlinks que levam o leitor a outros conteúdos, que podem possibilitar uma maior compreensão dos assuntos.


Links relacionados:
Heurísticas para avaliação de usabilidade de portais corporativos
As 10 heurísticas de Nielsen
Card-sorting
What We Saw When We Looked Through Their Eyes

12/05/2008

Jornalismo Open Source é Jornalismo?

Pesquisa realizada pelo Datafolha mostrou dados inéditos: 49 milhões de brasileiros utilizam a Internet. Destes, 42% publicam conteúdo próprio. Claro que a maioria deste conteúdo independente tem a finalidade de servir de elo para os relacionamentos no cyberespaço (fotos, por exemplo). Apenas 5% afirmou já ter publicado notícias ou estórias. Um número pequeno mas não negligenciável se observarmos o exemplo da Publicidade, que em matéria de utilização das ferramentas da Internet parece ter largado na frente, e de forma mais acelerada que o Jornalismo.


Basta observar outros números que servem de referência para a compreensão dessa tendência, com efeitos cada vez mais sensíveis, de autonomia para a geração de conteúdos, com relação ao mercado on line:

71% dos consumidores online lêem comentários de opinião sobre produtos e serviços “postados” na Internet (Forrester);
77% dos internautas que fazem compras online usam os e iamgeme comentários sobre os produtos feitas por consumidores são extremamente úteis e facilitam a sua decisão de compras (eTailing Group);
63% dos consumidores declaram que estão mais propensos a comprar em sites que tem criticas e comentários sobre os produtos , bem como o rating de satisfação dos clientes . (CompUSA & iPerceptions study);
42% declaram que o “rating” e comentários sobre os produtos são decisivos na realização da primeira compra na Internet. (Foresee Results Study, 2006)

Atento a isso, o analista de sistemas Aloísio Sotero, do site Acheme7, que há anos trabalha no setor de marketing de grandes empresas e dedica-se ao estudo dos comportamentos do consumidor comenta: "Ao que parece estamos voltando com a Internet ao fundamento dos negócios: Mercado são conversas. (...) Os anúncios em jornais e revistas também são conversas, só que agora as conversas aumentaram com os conteúdos gerados pelos consumidores".

Mas... e o jornalismo?

A jornalista Daniela Bertocchi, em seu blog Intermezzo chama a atenção para o fato de que os maiores colaboradores, de acordo com a pesquisa, estão entre 16 e 24 anos. "Em poucos anos, esse público ficará mais velho e serão eles os maiores compradores e consumidores de notícias; eles terão um peso no bolo financeiro do mercado de comunicação bastante considerável. Entretanto, os veículos de comunicação ainda estão patinando em iniciativas que atendam o comportamento desse público na internet" avalia.

Apesar do número de internautas geradores de conteúdo noticioso ser ainda bastante reduzido, ele é, sem dúvida, crescente. Isso redimensiona o sentido do jornalismo, pois faz crescer em importância e dá visibilidade àquilo que é particularmente importante, ou relevante apenas no âmbito local.

Falar em jornalismo open source significa considerar jornalismo a factualidade das informações, a difusão de notícias de interesse público, e a liberdade de comunicação e de expressão da realidade.

O grande impasse nessa questão é: se qualquer um pode fazer jornalismo, então os jornalistas são dispensáveis? Acredito que não, mas sobre isso não há respostas definitivas.
Conheço bons blogs de notícias e informação, submetidas a diferentes formatos. Uns são de jornalistas, outros não e mesmo assim são capazes de (bem) informar.

Sérgio Rizzo, prefaciando o livro A Apuração da Notícia, de Luiz Costa Pereira Junior, afirma: "É bem verdade que o despreparo mostrado por muitos jovens recém-chegados (e que chegam cada vez mais cedo) às Redações contribui para alimentar a idéia de que não lhes foi dito, nos quatro anos de faculdade, como garimpar a matéria-prima da atividade jornalística, a informação que veiculamos como notícia." E complementa: "é uma obviedade dizer que não há jornalismo sem ela, mas uma obviedade que talvez precise ser repetida, como um mantra, sob o risco de que se acredite, com base na fartura de exemplos disponíveis na praça, que para fazer jornalismo basta um computador com acesso à internet e um endereço eletrônico apto a receber material de divulgação das assessorias de imprensa".

Como bem sugere Rizzo, esta não é, necessariamente, uma questão de diploma. Existem jornalistas e jornalistas, mas neste grande bolo há lugar para ser ocupado por profissionais competentes, que possam oferecer um serviço diferenciado, talvez uma análise mais bem formulada. Não que isso não possa ser realizado por alguém que não seja jornalista. O diferencial está realmente naquilo que realmente se aprende na universidade, no aprofundamento das discussões, e não no volume de conhecimento acumulado.

08/05/2008

Chapa 1 vence eleições do Diretório Acadêmico da Comunicação na UCPel

A chapa 1 - MovimentAÇÃO, encabeçada pela aluna Reizel Cardoso, do 7º semestre do curso de Jornalismo, venceu hoje as eleições que definiram a nova gestão que irá representar os estudantes dos cursos de Comunicação Social (habilitações em Jornalismo e Publicidade), Design de Moda e Produção Fonográfica da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) até maio de 2008.

A disputa foi uma das mais acirradas dos últimos pleitos e foi decidida por uma diferença de apenas 16 votos: 156 contra 141 contabilizados para a chapa 2 - A diferença é o que nos UNE.

A campanha pelo voto nulo, liderada por alunos que protestaram lançando uma "chapa alternativa" - que não estava concorrendo -, conquistou apenas 3 votos - número inferior, inclusive, à quantidade de alunos que propagandeavam na boca de urna com cartazes e oralmente pelos corredores o slogan "vote chapa 3 e beba os R$ 500". O valor é uma alusão ao montante estimado do caixa do Diretório Acadêmico atualmente.

A votação que começou às 18h, foi encerrada pouco antes das 22h. O resultado da apuração foi anunciado cerca de meia hora depois. Participaram do pleito, segundo a comissão eleitoral, 300 estudantes dos 534 alunos aptos a votar entre os quatro cursos envolvidos.

A abstenção foi considerada pequena frente à grande mobilização daqueles que participaram. O professor e diretor do Centro de Educação e Comunicação Jairo Sanguiné Júnior, destacou o grande interesse dos estudantes. Segundo ele a eleição serve de exemplo para os demais cursos da Universidade, cujas eleições dos respectivos diretórios acadêmicos não costumam despertar tanto interesse por parte dos estudantes. "Fico orgulhoso, e ao mesmo tempo acho fundamental esse momento de retomada, não só do movimento estudantil como da própria mobilização dos estudantes em defesa de sua representatividade dentro da Universidade", enfatizou.

Eles preferiram os veteranos

Ao contrário do que se poderia esperar, a exemplo de eleições anteriores em que houve duas chapas, e apesar da maioria dos eleitos pertencer ao curso de Jornalismo, dessa vez, a rivalidade não dividiu o Campus entre jornalistas e publicitários, e sim entre calouros e veteranos. Com a vitória da chapa 1, o pleito acabou reelegendo boa parte dos alunos que já atuavam no D.A na gestão eleita ano passado, e assim mantém boa parte do grupo líder, com algumas trocas de cargos. Juliana Recart por exemplo, que era a presidente, agora ocupa o cargo de primeira secretária.

Por outro lado, na chapa 2, metade dos canditatos aos principais cargos ainda estavam na primeira metade do curso, inclusive o candidato a presidente, Ricardo Rojas, do terceiro semestre.

Apesar de ambas as chapas defenderem a maior integração entre os cursos que dividem o Campus, especialmente com os recém-criados Design de Moda e Produção Fonográfica, nenhuma das duas apresentou candidatos desses dois cursos para ocupar cargos .
Proporcional minoria, os estudantes de Moda e Produção Fonográfica tiveram uma discreta participação no pleito, das campanhas à votação.

Entre as principais propostas da chapa vencedora estão a mobilização para arrecadação financeira em prol de incentivos a atividades de interesse dos estudantes, o apoio e a promoção de atividades culturais, palestras e eventos voltados para a formação política e a luta por melhorias na infra-estrutura da Universidade.

Quem foi eleito

PRESIDENTE
Reizel Cardoso - 7º semestre / Jornalismo

VICE
Vanessa Silveira -6º semestre / Jornalismo

1ª SECRETÁRIA
Juliana Recart - 7º semestre / Jornalismo

2ª SECRETÁRIA
Ediane Oliveira - 5º semestre / Jornalismo

1º TESOUREIRO
Juliano Lima - 5º semestre / Publicidade e Propaganda

2º TESOUREIRO
Eduardo Menezes - 6º semestre / Jornalismo


04/05/2008

Que jornalismo é esse?


O que parecia ser apenas uma incursão aventureira no campo do jornalismo - para desbancar as opiniões mais descrédulas - se consolida cada vez mais como um concorrente direto frente aos veículos convencionais de comunicação social. Enquanto muitos blogueiros dão demonstrações de que têm competência para fazer jornalismo, e muitos jornalistas blogueiros dão cada vez mais respaldo a essas iniciativas, cresce a credibilidade e a procura por esses nichos no ciberespaço, que abriga a cada dia mais e mais internautas tanto como leitores quanto como produtores de conteúdo.


Extra-Oficial


A escolha inédita de um blog como vencedor da categoria Internet do prêmio Herzog, um dos mais conceituados do jornalismo brasileiro, em 2007, é um forte indicativo de como essa modalidade de profusão de conteúdos vem conquistando cada vez mais créditos, a exemplo do PEbodycount.


O blog, que levou o prêmio desbancando os grandes sites de informação, é um exemplo de como os blogueiros tem "corrido por fora" dos meios de comunicação oficiais. Enquanto a maioria desses sites limitam-se a reproduzir notícias produzidas para outras mídias que fazem parte do conglomerado (TV, rádio, revistas e jornais impressos), ou a publicar em notas rápidas e superficiais as "notícias de última hora", o PEbodycount mostra como é possível produzir conteúdo interessante e aprofundado exclusivamente para a Internet.

Segundo o jornalista André de Abreu, a conquista do blog é ainda maior para o Jornalismo Digital como um todo, pois "prova que reportagem investigativa também tem o seu lugar e pode ser feita na Internet". (E o Herzog vai para... um blog!)


Quando a opinião vale mais

Em seu Diário da Tribo, Fábio Reynol, jornalista e escritor, segundo ele mesmo "com mais de cem obras não publicadas e mais de trezentas impublicáveis", publica periodicamente "as notícias de um país de tanga na mão e corda no pescoço". "Eu o considero jornalístico porque trabalho com ele um gênero literário que se encaixa bem e até é utilizado em muitos veículos jornalísticos: a crônica. Através de vários textos do Diário da Tribo, um leitor no exterior, por exemplo, poderia se informar sobre o cotidiano do Brasil mesmo se tivesse acesso somente a esse blog", argumentou o autor, em entrevista concedida pelo GTalk.


"Claro que também abordo generalidades em alguns posts, e mesmo esses textos trazem a visão e a opinião de um brasileiro. Em alguns casos, há textos estritamente opinativos, encaixando-se, portanto, em outro gênero bem jornalítico, o artigo", complementa.

Repórter especialista em ciência e tecnologia, Reynol escreve reportagens para vários veículos da área, como as revistas "Ciencia e Cultura" (SBPC), "Inovação" (Instituto Uniemp) e "ComCiência" (Labjor Unicamp e SBPC). Também escreve esporadicamente para outras revistas como a da Livraria Cultura e produz as notícias do site Telecurso TEC, da Fundação Roberto Marinho.

Reynol é um dos pioneiros na popularização dos blogs como veículos jornalísticos. Antes do Diário da Tribo ser um blog (no ar desde 2001), era uma home page. "Na época os blogs não eram tão populares e ainda não havia ferramentas práticas para postar textos na internet. Antes dele tive uma página piloto, feita em 1996. Era toda em html e dava um trabalhão para atualizar os textos, porque também estavam começando os editores de páginas eletrônicas", lembra.


Blogs como suporte da mídia convencional

Apesar de terem nascido legitimamente independentes, com o passar do tempo, e a serviço da conquista de credibilidade, passaram a surgir blogs associados a outros canais de comunicação dos meios convencionais.

Colunistas, comentaristas, cronistas e repórteres passaram a "alimentar" seus espaços na internet com comentários dos comentários, bastidores de reportagens e conteúdos extras ao material veículado originalmente na imprensa tradicional. De certa forma essas ações originaram uma relação de troca onde a mídia convencional passou a "legitimar" os blogs, afinal, se você confia naquele que publica seus textos no jornal, ou fala na TV e no rádio, porque não lhe daria crédito também na Internet?

Exemplo disso é o blog que eu mesma mantenho, que com o objetivo de manter um arquivo on line das matérias que escrevo acabou se tornando uma forma dinâmica de portfólio, pois é constantemente renovado. Além de vitrina do meu trabalho, também é utilitário, já que contém informações atualizadas sobre um grande número de atividades culturais em Pelotas/RS, que é o meu foco de atuação neste momento.


Nesse caso, o conteúdo é praticamente idêntico ao que é publicado no jornal, no mesmo dia. Praticamente idêntico. As principais mudanças são evidentes, principalmente com relação ao formato e à diagramação. Mas o texto, salvo algumas correções que se tem a possibilidade de fazer, é o mesmo, com a vantagem de que são acrescentados alguns hiperlinks, ampliando as dimensões da leitura.