13/03/2008

Crítica a um produto cultural

Akasha que não se encaixa

Por fora uma caixa retangular, com arestas retas e bem moldadas em papelão. Ao abri-la vemos pular para fora expressões artísticas graciosamente desordenadas, inusitadas. Uma experiência tridimensional e não seqüencial.



Akasha é um livro que não se encaixa em nenhum padrão, por outro lado, serve perfeitamente para "vestir" a poesia que ela contém, profunda e disforme feita de devaneios de um escritor a pensar sobre a vida, e que não caberia em outro lugar, especialmente nas linhas e margens de um livro convencional.

Sem nenhuma página, nem prefácio, sem índice nem “orelha”, pega de surpresa os leitores acostumados ao monótono folhear. Akasha não tem começo, nem meio e muito menos fim. Sua apresentação é feita por uma carta, lacrada, do músico e escritor Arnaldo Antunes ao poeta. Poeta, que por sinal, com coragem e gabarito ousa se mostrar sincero, abrindo até mesmo a sua correspondência.


Se conhecer o manuscrito original dos textos é algo que desperta curiosidade, este é um livro onde isso é permitido. É um rascunho publicado. Uma obra como todas as outras obras literárias deveriam ser: inacabada.

Algo com que você possa se divertir esparramando seus pedaços pelo chão, como uma caixa de brinquedos que a criança acaba de ganhar. Um quebra-cabeça. Intrigante e convidativo. Faz com que o leitor se permita render-se à curiosidade para explorar cada pedaço de papel e surpreender-se com os retalhos da obra prima de Duda Teixeira, que são partes e ao mesmo tempo é o todo, consistente em seu próprio significado. Unidade. Akasha é pura possibilidade. Caixa fechada. Uma vez aberta...

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