Akasha é um livro que não se encaixa em nenhum padrão, por outro lado, serve perfeitamente para "vestir" a poesia que ela contém, profunda e disforme feita de devaneios de um escritor a pensar sobre a vida, e que não caberia em outro lugar, especialmente nas linhas e margens de um livro convencional.
Sem nenhuma página, nem prefácio, sem índice nem “orelha”, pega de surpresa os leitores acostumados ao monótono folhear. Akasha não tem começo, nem meio e muito menos fim. Sua apresentação é feita por uma carta, lacrada, do músico e escritor Arnaldo Antunes ao poeta. Poeta, que por sinal, com coragem e gabarito ousa se mostrar sincero, abrindo até mesmo a sua correspondência.
Se conhecer o manuscrito original dos textos é algo que desperta curiosidade, este é um livro onde isso é permitido. É um rascunho publicado. Uma obra como todas as outras obras literárias deveriam ser: inacabada.
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